Distribuição, Habitat e Alimentação
Distribuição
Hoje as áreas principais de ocorrência, são nas regiões da Serra da Canastra (sudoeste mineiro) e no Parque Nacional das Emas (sudoeste goiano).

Ocorre praticamente em todo Bioma Cerrado e áreas do sul do Brasil. Esporadicamente, pode aparecer também em algumas áreas do Pantanal. Além das áreas brasileiras, onde é mais extensivamente encontrado, ainda habita áreas em cinco outros países: Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru e Uruguai. Devido ao desmatamento do Cerrado e outros ambientes nos outros países, acredita-se que a distribuição atual sofreu grandes reduções, em especial na porção sul de seu limite. Por outro lado, o lobo aumentou sua área de ocupação, aparecendo hoje em dia em áreas desmatadas da Amazônia (Mato Grosso e Rondônia) e Mata Atlântica (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro).
Devido à grande diversidade de ambientes que ocupa e de alimentos que compõem sua dieta, acaba sendo encontrado em áreas de intenso uso humano, como terras cultivadas para agricultura e pastagens. Entretanto essas áreas são utilizadas em menor proporção do que ambientes naturais.
Habitat
Observou-se uma forte preferência da espécie por regiões de campos rupestres, evitando fortemente áreas de florestas úmidas.

O lobo-guará ocorre em habitats abertos, como áreas de campos e matas de capoeira. Existem registros esporádicos em áreas do bioma Pantanal e de transição do Cerrado e Caatinga e do Cerrado e Amazônia. Já apresenta o bioma de Mata Atlântica como habitat importante a sua ocupação, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
Além disso, de forma geral, a espécie tem sido registrada em áreas extensamente alteradas para cultivo e pastagens. Sugere-se que a utilização de áreas de ocupação humana possa ser tanto para forrageio como para descanso, embora elas sejam usadas em uma proporção menor do que áreas naturais ou mais bem preservadas.

Segundo diversos estudos, a ocupação de habitats de mata atlântica se dá principalmente em áreas de campos, brejos e baixadas alagadas. Em áreas de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, no estado de Minas Gerais, observou-se uma forte preferência da espécie por regiões de campos rupestres, evitando fortemente áreas de florestas úmidas.
Por outro lado, outros estudos registraram a ocorrência da espécie em fragmentos florestais e áreas de uso para silvicultura (pinus), em áreas de transição entre Cerrado e Mata Atlântica no estado de São Paulo. Sugere-se em todos os casos que esses habitats podem estar sendo usados para os lobos refugiarem-se durante o dia devido à alta antropização da região (áreas de agricultura e pastagem), apesar deste não ser seu ambiente de preferência.
Alimentação
É uma espécie onívora, isto é, se alimenta de diversos tipos de comida.

Consome uma grande diversidade de frutos e pequenos animais, como ratos, mucuras, gambás, tatus, aves (principalmente as rasteiras como perdizes e codornas), lagartos, cobras (mesmo as venenosas), muitos insetos. As vezes pode caçar também animais maiores como raposa-do-campo, cachorro-do-mato, e em casos raros, animais maiores como veados.
A quantidade diferenciada de frutos que compõem sua dieta faz com que possa aproveitar diversas espécies ao longo de todo ano. No entanto, é a fruta-do-lobo que elege como fruta preferencial em muitas localidades. Inclusive é esta relação do lobo com a lobeira, que resultou em tal nome à planta. Por crescer mesmo em áreas desmatadas, e estar disponível o ano inteiro, sementes desta fruta podem ser encontradas nas fezes dos lobos quase que sempre e fazendo assim deste animal o principal agente de disseminação da planta. E não somente da lobeira mas de várias outras plantas do cerrado. Entre outras frutas de preferencia do lobo, estão o araçá, o murici, a fruta-de-ema, ariri, e o cajuzinho do cerrado.
Mas mesmo com frutos disponíveis o ano inteiro, o lobo varia sua dieta, de acordo com a estação do ano. Durante a época chuvosa (a grosso modo de novembro a abril), se aproveita da abundância de frutos no seu ambiente, e se alimenta principalmente deles. Mas na seca (maio a outubro), quando eles diminuem, é quando precisa sair bastante para caçar suas presas, que também estão mais ativas em busca do alimento escasso.