Comportamento Social
e Reprodução
Comportamento Social
O lobo-guará apresenta como padrão, os picos de atividade ao entardecer, noite e amanhecer.
Estudos mostram relação com umidade do ar e temperatura como fatores principais definidores de suas atividades. De fato, em dias de clima frio, céu nublado ou após uma chuva, é possível observar indivíduos da espécie procurando comida, patrulhando seu território, a qualquer hora do dia.
A espécie é territorialista, utilizando dos odores presentes na urina e fezes, muitos mais sensíveis ao olfato deles do que aos nossos, para demarcar território e evidenciar sua presença. A marcação se dá em lugares estratégicos para os animais e de grande dissipação de odores, como no alto de cupinzeiros, árvores caídas ou pedras ou simplesmente no meio das estradas. A vocalização (o latido do lobo que se chama aulido) é utilizada também nestas funções, mas também na comunicação entre casais e na interação com filhotes e jovens.

Eles têm hábito solitário. Porém, apesar de passarem a maior parte do ano sozinhos, a unidade social é o casal. Machos e fêmeas dividem o mesmo território, mas pouco se encontram durante o ano todo; só se juntam quase que apenas na época reprodutiva e se tiverem sucesso, durante os primeiros meses com os filhotes. Os pares são formados para toda a vida. Quando um dos dois morre, existe uma forte tendência do outro animal ficar sozinho por um período até encontrar outro animal em outro território, às vezes longe do seu original.
O tamanho da área ocupada por um casal coincide em quase 100%, mas é bem variável ao longo de toda a distribuição da espécie. Depende principalmente da qualidade do ambiente e facilidade de encontrar alimento.
Um comportamento interessante do lobo-guará é o de caça. Passa horas com o ouvido e nariz apurados procurando suas pequenas presas na vegetação alta. Quando encontra, fica imóvel, esperando um movimento mínimo que seja para refinar a localização. As orelhas parecem radares, captando os mínimos ruídos. Quando acha a presa se lança ao ar e mergulha dando um bote certeiro. E quando erra, a presa se esconde. É nesta hora que o lobo bate as patas no chão freneticamente para fazer as presas correrem, e na fuga, desfere outro bote. E mergulha até acertar.
Quando caçando cobras, eles usam o artifício de bater as patas no chão diversas vezes, e muitas delas acertando a presa. Quando estão já tontas, desfere uma mordida certeira no pescoço da serpente. E vai mastigando depois da cabeça para o rabo.
Reprodução
Os machos cooperam com as fêmeas no cuidado dos filhotes, apesar da fêmea fazer isso por mais tempo.

Normalmente a reprodução ocorre entre março e junho e o nascimento dos filhotes normalmente de maio a setembro. Podendo nascer até em outubro em casos extremos. A gestação dura de 60 a 65 dias, nascendo de 1 a 5 filhotes, apesar de existir relatos de nascimentos de 7 filhotes em cativeiro.
Para a parição, a fêmea identifica local ideal em matas, ou mesmo no capim mais alto. As tocas são “construídas” em arbustos densos ou campos limpos com grama alta moldada em uma galeria com túneis. Já foi observado também o uso de cupinzeiro abandonado como toca.
A ninhada é amamentada até os quatro meses de vida e até aproximadamente 8 meses os pais os alimentam por regurgitação. Os filhotes acompanham a fêmea (às vezes o macho também) e aprendem a caçar a partir de 3-4 meses. Os jovens atingem a maturidade sexual com um ano de idade (fêmeas) e 2 anos (machos).
Além disso, de forma geral, a espécie tem sido registrada em áreas extensamente alteradas para cultivo e pastagens. Sugere-se que a utilização de áreas de ocupação humana possa ser tanto para forrageio como para descanso, embora elas sejam usadas em uma proporção menor do que áreas naturais ou mais bem preservadas.
